"Israel terá à sua espera túneis quilométricos, e de difícil acesso do Hezbollah."
- Miguel Alvares
- 26 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Rede subterrânea esconde arsenais e são mais complicados de destruir em comparação com os túneis do Hamas na Faixa de Gaza.
Israel tem se preparado para uma guerra com o grupo xiita libanês Hezbollah por quase uma década, e um conflito em grandes proporções se tornou mais provável após a escalada na última semana, com uma série de ataques de ambos os lados.
Israel pode agora estar se preparando para uma invasão terrestre no país vizinho. Mas não será uma tarefa tão fácil quanto contra o Hamas na Faixa de Gaza, já que o Hezbollah é conhecido por sua vasta rede subterrânea, que inclui arsenais escondidos e túneis que se estendem por centenas de quilômetros.
Esses túneis, escavados em rocha sólida, são menos acessíveis e mais difíceis de destruir em comparação com os túneis de Gaza, construídos em solo arenoso. Além disso, especialistas apontam que a infraestrutura militar do grupo, incluindo lançadores de mísseis, está integrada em vilarejos no sul do Líbano, o que torna a tarefa ainda mais desafiadora para Israel.
Em agosto, o grupo divulgou uma dessas instalações subterrâneas. Intitulado "Nossas montanhas são nossos depósitos", o registro mostra o que pareciam ser túneis subterrâneos grandes o suficiente para acomodar comboios de caminhões. Alguns deles pareciam transportar mísseis e lançadores pela instalação, identificada como "Imad 4" — uma referência ao principal comandante do Hezbollah, Imad Mughniyeh, morto em um atentado com carro-bomba em Damasco, Síria, em 2008, atribuído a Israel.
Nicholas Blanford, especialista do Hezbollah em Beirute e membro sênior do Atlantic Council, disse à AFP pode ser um "aviso" para Israel. Na ocasião, o grupo xiita havia acabado de prometer uma retaliação pela morte de Fuad Shukr, comandante sênior do Hezbollah assassinado em um ataque no sul de Beirute. Ele era apontado como responsável por orquestrar um ataque às Colinas do Golã anexadas, que matou 12 crianças no fim de julho.
Para o general de brigada aposentado libanês Mounir Shehadeh, as imagens mostrou "quão profundos, grandes e complexos [os túneis] são, e quão difícil ou mesmo impossível seria para Israel alcançá-los".
コメント